terça-feira, 2 de novembro de 2010

O primeiro-cavalheiro do Brasil?

Pela primeira vez na história deste país não teremos a figura da PRIMEIRA-DAMA (título que recebe a esposa do presidente do Brasil). Agora, temos a primeira presidente mulher, donde se conclui que deveríamos ter a figura do “PRIMEIRO CAVALHEIRO”. Será que existe este título?
E agora? Um grande problema pela frente!
Abaixo, segue a lista de todas as primeiras-damas que tivemos no Brasil:


Presidente
Mandato
Primeira-dama
1
2
3
4
5/6
viúvo de Ana Guilhermina de Oliveira Braga - Filhas:
Catita Alves (até 1904)
Marieta Alves
7
8
9/10
11
não assumiu
viúvo de Ana Guilhermina de Oliveira Braga
12
13
14
15
não assumiu
Alice Viana
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
viúvo de Argentina Viana (†1963) - Filha:
Antonieta Castelo Branco
29
30
31
32
não assumiu
33
34
divorciado de Ana Elisa Junerus
35
36
2003atualidade
37
Dilma Vana Roussef
2011
Divorciada


“O título foi inspirado pelo modelo norte-americano e, teoricamente, seu papel é desempenhar aquilo que seu marido, o presidente, não consegue por falta de tempo, liderando, por exemplo, campanhas de caridade e de voluntariado ou participando delas, a fim de ajudar os menos favorecidos.” (Wikipédia)

E agora? Além disso, a primeira presidente do Brasil é DIVORCIADA!!!!  Como será? Já não teremos a figura da primeira-dama e agora esse vazio????? O mundo vai cair!

Mas, pensando bem, mesmo que a presidente fosse casada, e se ainda tivéssemos a Legião Brasileira de Assistência (LBA), onde as primeiras-damas eram as presidentes de honra e que foi fechada por Collor porque a instituição tornou-se corrupta, será que os homens brasileiros iriam ficar confortáveis com o marido da Dilma a frente das campanhas de caridade, a fim de ajudar os menos favorecidos?

Imagina? Como entender uma subversão dessas?

Pois é, engolir uma mulher presidente, que já foi “guerrilheira”, que fala “duro”, e ainda não ser casada, sem um homem para estar ao seu lado e lhe ajudar em suas decisões, como será? Ela será capaz de governar o Brasil?

Para muitos machistas de plantão e, provavelmente, para muitas mulheres que também são machistas de plantão, a resposta é NÂO!

Alguns dirão que mulher não tem estrutura para suportar as pressões que o cargo exige. Outros dirão que lugar de mulher não é fazendo política...

Muitos dizem que ela foi “moldada” pelo seu criador (Lula), e como “criatura” não tem luz própria.

Ah! Será que temos que desenhar para essas pessoas entenderem de que barro essa senhora é feita? SIM, é preciso!

A criatura, como dizem, foi esculpida através de uma história de luta e dor. Em 1964, Dilma iniciou seu caminho de resistência à ditadura militar para o retorno da democracia no país, onde ingressou na Política Operária (POLOP).
Em 1968 atua no COLINA (Comando de Libertação Nacional) onde impõe sua liderança perante os homens e passa atuar na organização das ações. Em 69 entra para a Vanguarda Revolucionária Armada Palmares - VAR Palmares, e se torna uma das líderes desta organização clandestina.
Em 1970 é presa e levada para a Operação Bandeirantes (OBAN), em São Paulo, local que foi um centro de informações, investigações e de torturas montado pelo Exército do Brasil. Lá teria sido torturada por 22 dias, com palmatória, socos, pau-de-arara, choques elétricos. Conforme Maria Luísa Belloque, uma companheira de cela, "A Dilma levou choque até com fiação de carro. Fora cadeira do dragão, pau-de-arara e choque pra todo lado". Depois foi levada para o presídio Tiradentes onde ficou até 1972. Saiu de lá10 quilos mais magra, prejudicada em sua saúde física e degradada na sua condição feminina.
No livro LUTA, SUBSTANTIVO FEMININO: Mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na resistência à ditadura, a Ministra Nilcéa Freire diz: “Para fazer de uma mulher uma vítima de tortura é preciso não apenas que seu algoz retire dela toda a sua dignidade como ser humano, mas estraçalhe a sua “humanidade feminina”, que retire do corpo a ser supliciado qualquer relação com os outros corpos femininos que remetem ao aconchego e ao afeto maternal, por exemplo.”

É necessário mais desenhos pra se fazer entender a qualidade do barro desta cidadã brasileira?

Mas continuando na questão da ausência do “primeiro-cavalheiro”...

Quem subirá a rampa do Palácio do Planalto ao lado de Dilma?

Nós, mulheres e homens brasileiros, acreditamos que Dilma tem luz própria e que saberá, com autonomia, conduzir os rumos deste país!

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